Diálogo
H: Então, o que você queria me perguntar?
M: Você me conhece, você sabe que eu não sou a pessoa que tem respostas, eu sou a pessoa que tem perguntas. Um monte de perguntas.
H: Você nunca fez muitas perguntas para mim.
M: Eu não faço perguntas, a maior parte das perguntas não são nada além de Loucura Especulativa Feminina, são uns delírios interrogativos breves, que não valem nem a pena ser pensados, muito menos articulados.
H: Se você não tem nenhuma resposta então me faz uma pergunta. Me pergunta alguma coisa.
M: Você ainda me ama?
H: Caralho, você podia ter começado com alguma coisa tipo “qual a sua cor favorita”, ou sei lá...
M: Qual a sua cor favorita?
H: Preto.
M: Você ainda me ama?
H: Sim.
(...)
M: Viu, esse é o problema dessas perguntas, elas têm respostas, quando você tem alguma resposta você tem que fazer alguma coisa com ela. As pessoas esperam que você faça alguma coisa, é como funciona. E eu não sei o que eu faço com essa.
H: A gente faz o que a gente fazia antes.
M: Isso não serve mais pra mim.
H: O que?
M: O que a gente fazia antes. Não serve mais pra mim, eu preciso de mais.
H: Você ainda me ama?
M: Sim.
H: E o que a gente faz com isso?
M: Eu não sei, eu devia ter parado no “qual é a sua cor favorita”.
2 comentários:
agora vens com talento dramatúrgico também Miss Júlia? a difícil arte do diálogo e tu me vem e tira de lerta...
Ninguém te segura nem te prevê, neuroses de casal na tradição do melhor woody allen eric rohmer e outros bichos. adoro os "breves delírios interrogativos que não valem nem a pena ser pensados, muito menos articulados". esperto e sofisticado como tu!
Que foooooooooooda menina. É um dom? hihihi.
Te add no orkut, bjks
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