21.2.09

Uma breve teoria sobre história da arte

Isso tudo é um chute, quem tiver verdadeiras informações, me corrija:

O que aconteceu com os países colonizados por holandeses? Aparentemente todos os países colonizados por essa gente carrega poucos traços culturais da colonização. No Suriname holandês é a língua oficial, falada por 60% da população, mas divide as ruas com diversos outros dialetos. Mas, que eu saiba, o Suriname é, até onde eu sei, o único caso de uma país de colonização holandesa que manteve características relevantes da metrópole. Talvez o Suriname tenha feito mais pela Holanda: deram o Seedorf para a seleção.

Quais são os resquícios da cultura holandesa em Pernambuco? Além do DNA, sobrou alguma coisa? Não que eu saiba.

A minha teoria: eles não tinham tempo para o Suriname pois estavam ocupados demais pintando bem pra caralho e inaugurando uma das maiores tradições artisticas da Europa - Veermer, Rembrandt, Eeckhout, Hals, etc...E até os pintores "mais ou menos" dessa época, na Holanda, eram fodas.

Vejamos, por outro lado, Portugal. Portugal, um dos países mais bem sucedidos do mundo em matéria de colonização. Conseguiram fazer todo mundo nesse país enorme falar português. Não tem outra língua, na verdade. No Paraguai geral fala guarani. Os espanhóis não mandaram tão bem. A maior parte dos países colonizados por Portugal mantiveram não só traços da cultura portuguesa, como uma relação longa com a sua metrópole, mesmo já não sendo colônias. Imigrantes africanos chegam em levas em terras lusas até hoje.

E cadê os grandes pintores portugueses? Nã0 tem. Tinha ouro, tinha a corte, tinha a Igreja - Tudo o que um país precisa para ter grandes pintores - mas não rolou. Os patrícios estavam ocupados demais com o Brasil para pintar.

A escolha histórica, então:

Pintura = Colonização caída

Azulejaria = Colonização bacana

Faz sentido?

Provavelmente não, mas é divertido.

3.2.09

A Primeira Comitiva

Estamos à léguas e léguas
das pessoas que se importam
com onde estamos -
Essa terra sem memória,
onde as coisas são apenas
os nomes que damos a elas.
Podemos chamar a essa pedra osso,
podemos batizar esse choupo chão.
Eu mesma, em meu tempo livre,
pretendo achar novos nomes
para a minha solidão:
Alergia,
Enfado,
Tigre,
Pão.

Esta é a primeira
De todas as primeiras impressões:
O ar é seco,
O solo é bruto,
A morte é longa,
Mas indolor.
Cada pedaço de chão pisado
Pelas solas dos nossos sapatos
Pode ser chamado nosso.
E essas pegadas
São o planos de projeto
Das primeiras rodovias.
Mande-nos cimento e dinamite,
Legisladores e cofres
Que nós te entregaremos um país.

Eu quero voltar, eu sinto saudades,
A terra é vasta, mas não é quase nada -
O amor é muito maior,
É maior que a soma de todas as coisas
Que eu sou capaz de entender.
Me falta espaço entre os ossos
Para crescer,
Me falta força
Na raiz do cabelo.
Eu quero esquecer
Tudo que já me fez feliz,
Guardar apenas a lembrança
(morna, difusa e imperfeita)
da felicidade em si.



J.