21.2.05

Corvette Freudiano
um menino ergue a mão
na sala de aula e aponta o quadro
negro, ele divaga sobre seus ganhos
Na mesada semanal e o aparelho de TV
À cores nova
Eu não tinha lá muita paciência
Naquela época jogava muito pôquer
Contava as fichas antes de dormir
Meu professor disse que contar na mesa
É coisa de quem acha que está perdendo
E mesmo que você ache que está perdendo
Deve se estar muito certo de que a vitória
Está assegurada na próxima rodada, por que afinal
De contas o dealer é seu amiguinho de infância.

Tá certo que eu nunca fiz muito esforço
Para ser entendida, para aceitar
As vantagens de ser alguém que se acha
Estar a frente do seu tempo.
Mas quando Felipe e eu íamos a pista
Víamos os cavalos correndo, seus números
Eu torcendo para o homem que vestia listras Horizontais,
ele berrando "BUCÉFALOS"
E uma senhora ao nosso lado,
Distraída tentava identificar uma mulher
Que possivelmente fazia parte
Do elenco da novela das 8 ou talvez de
Uma conspiração contra o Jogo Do Milhão.

Você me prometeu me ensinar
A atirar, com aquele belíssimo rifle
Que o seu pai te deu quando você tinha quinze
Anos se passaram e eu não pude ir, foi
Mal tenho tempo de te escrever hoje
Em dia eu como muito pouco, eu nem
Me dou conta das calorias e eu li
Na minha caixa postal e se você precisar
Eu sei de um jeito para você aumentar o
Seu pênis em até cinco centímetros e
Com certeza deve valer apena porque com certeza
Deve ser muito mais barato que um Corvette.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom ler algo novo teu! Não suma, viu?