O amor sonda
entre as feridas, sonda,
procurando alguma gruta
esculpida em um osso
pelo esforço repetido
do erguer e levantar,
do corpo cansado
que desistiu de desistir.
Do chão eu saio,
Encontro novamente
a altura dos meus olhos,
o horizonte vacilante.
Eu mato cada segundo
Com a antecipação do futuro.
Não sei brincar
de viver no presente -
Os budistas me desprezam.
Eu arrasto o arado
e fixo olhar nos sulcos -
Não sei ser no presente
desesperando o futuro.
Deus me quer bem,
Eu sei, Ele me quer bem.
26.2.08
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Um comentário:
Gosto da crueza de um poema sem as lapidações, que o conferem graca e perfeição.
Algumas vezes faço poemas assim tb, que deixo da exata forma como foram fugidos de mim..
muito bom
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