14.1.07
Bogey
Um ex-namorado meu dizia que se eu o traísse com Humphrey Bogart ele entenderia. Tentei fazer com que ele também extendesse sua compreensão ao Al Pacino, mas infelizmente ao Al ele não podia dar a confiança que ele dava à um homem morto. E hoje fazem 50 anos que Bogey morreu.
O "strong silent type" não existiria sem Bogart. Ele criou esse arquétipo. O sujeito caladão que encara seu drink enquanto se pergunta até onde ele iria por uma mulher e, entre o quinto ou o sexto trago, percebe que ele já foi metade do caminho e não há mais volta. Bode expiatório dos conformistas, corruptos, desonestos. Desafia figuras de autoridade, amarra o policial para pegar o verdadeiro bandido.
O cigarro eternamente suspenso na esquina do lábio. Qual é a dessas pessoas que tem um pacto misterioso com o vento e conseguem fumar sem usar as mãos? Eu não sei fazer isso. Entra fumaça do olho.
O sujeito que levou Dulci a descobrir o Cosmopolita. Precisava tomar um chopp para digerir A Relíquia Macabra, e entrou pela'quela porta de saloon do melhor bar da Lapa.
Bogart é a muito tempo a epítome do "cool." Não é moda, não é hype, é só cool. Não precisa de nenhum resgate. Ele está sempre lá. O anti-herói que realmente precisa se esforçar para fazer a coisa certa. Gente como a gente.
No fundo, no fundo, eu nasci para amar Humphrey Bogart.
J.
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