Caminho
poema levemente depressivo do ano passado (foi um ano levemente depressivo).
Caminho.
Mãos no bolso
Ruínas de fábricas nuas
O céu desbotado da noite suja.
Esse espaço,
Entre o peito e a garganta,
Esse ventre oco,
Essa voz que sangra.
Mas caminho.
Mãos arranham
Até chegar ao útero,
Preencher o espaço inútil
Com aquele calor
Que me foi negado
Numa noite suja,
Sob o céu desbotado.
J.
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Um comentário:
o céu de são paulo, esse é desbotado. ficava olhando, olhando o contraste em mim. aquela cidade faminta, feroz, aquele céu que não sabe o que é estrela, o que é um azulão daqueles, tá sempre com cara de velho. e eu adorando. ficou sendo minha pasárgada, por tosca e modesta que seja. você é muito são paulo, viu, pelo menos eu acho.
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