5.9.06

Mais uma tradução minha, essa para um poema do Auden (Funeral Blues) - aqui no original: http://www.egr.unlv.edu/~rho/interests/other/poems/w.h.auden/funeral.blues.html

Blues Funeral

"Pare todos os relógios, desligue o telefone,
Cale o latido do cão que tem fome,
Silencie o piano e com o abafado tambor
Tragam o caixão, que entrem os que tem dor.

Deixe aviões com seus motores gemendo,
Rabiscando “Ele Está Morto” no firmamento,
Ponha laços de crepe nos pescoços alvos das pombas públicas
E deixe o guarda de trânsito vestir as mais negras luvas.

Ele era meu Norte, meu Leste, meu Oeste e Sul,
Meu repouso de Domingo e a minha semana comum,
Meu meio-dia, minha meia noite, meus versos cantados;
Eu achei que o amor duraria sempre: eu estava errado.

As estrelas agora não são desejadas: apague cada uma;
Desmonte o sol e guarde a lua;
Escoe o oceano e devaste a flora,
Pois nada poderá vir para o bem agora."


J.

Um comentário:

Capi disse...

Julia,
Bom ler você novamente, faz tempo não aparece no Overmundo nem no Arturo Bandini.
Anda bem produtiva: traduções, poemas, fotos, contos... Gostei muito das "ilhas", vc podia desenvolver isso mais.
Não dá pra comentar a tradução, meu interesse em poesia estrangeira hoje é quase zero. Mas quem traduziu poesia muito bem, numa certa época, foi o Haroldo de Campos (ele chamava isso de "transcriação"). Dê uma pesquisada, pode te ajudar!
Abraços,
Capi.