7.7.07

Prefácio do Manual Para Deslumbrados

De simplicidade e de angustia,
Do desejo pelo que nunca pode ser,
Pelo que nunca irá ser,
Pelo que não tem como ser.
Daqui eu parto,
E é aqui que eu termino.

Não é desespero completo
Se você ainda tem o que desejar.

E não é tão complexo,
E é tão triste que chega a ser engraçado.
Essas canções que podem
Ser cômicas às três da tarde,
Quando você tem com o que se distrair;
E que te engolem e te vomitam
Toda molhada de lágrimas,
Na solidão das três da manhã.
Essas são essas canções.

Você não estava lá naquele dia–
(O rabino me disse, ao me ver tão triste, saindo do Shabat:
“Se sempre dá pra ficar pior, o pior nunca acontece.”
Eu olhei pra ele com um misto de rancor e admiração –
Por que como consolo isso é uma merda,
Mas como máxima, não pode ser negada).

Eu não vou me desapegar,
Podem por fogo em todas as minhas coisas.
Eu não sei existir de outro jeito,
Eu não vou me desapegar,
Eu vou continuar sendo a burra,
A babaca que se apega, que ama,
Que não quer que você vá embora.
Amor é medo de perder,
Amor é medo de perder,
Não é desapego, eu repito,
Eu não vou me desapegar.

Wild, wild horses
Couldn’t drag me away.

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