18.2.07

Contra o grão

Não amanhece
Sobre meu rosto
Ou no resto no copo
No que resta no corpo,
No cuspe na taça,
Quando amanhece,
Se amanhece um dia.
Como óleo no vinho
Distorcidas cores.
E culpam a luz do sol,
O soldado que atravessou
O deserto com o seu tambor
Não culpou quem não o recebeu
Culpou baquetas e o fio dental.
Coitado.
Coitadinho.
Encarando o muro,
se pergunta -
"porque não
eu?
porque
não?"

Portões jamais respondem
Contra tempestades de areia
Contra o grão maléfico;
Permanece silencioso.

Nenhum comentário: